sábado, 4 de agosto de 2012

Uma questão de opinião


Uma questão de opinião 2

Numa reunião pedagógica, as diretoras administrativas e diretora pedagógica, apresentavam  os resultados das avalições, chamando à atenção para os avanços mais significativos e os menos significativos.
A diretora administrativa, com todo o vigor da sua autoridade, questionava às professoras o porquê dos baixos avanços.
A professora da situação questionada, apresentava a sua justificava a qual gerava outras discussões ou convencia a todos e seguia-se adiante.
Num dado momento das  calorosas  discussões,  ventilou-se a idéia de respeitar o nível do aluno no momento da avaliação,  elaborando para ele uma prova diferente de acordo com a sua capacidade para que ele tivesse condição de respondê-la.
Uma professora que não estava diretamente envolvida nesse processo, questionou:
_ E como e quando serão avaliadas as habilidades propostas para esse aluno no ano escolar em que está matriculado, de acordo com as diretrizes curriculares?
Antes  que  quaisquer   professor(a)  se manifestasse,  a diretora titular  interpelor de forma muito convicta,  que o mais importante é não prejudicar a autoestima do aluno. Todos os demais presentes  na reunião estavam de acordo.
Eu pergunto a você leitor preocupado com a educação:
Fazer reenturmação não prejudica a autoestima do aluno?
Facilitar a prova para que aluno não tire nota baixa, vá para o 4º ,5º ano sem estar alfabetizado, não prejudica a autoestima do aluno?
Dizer que um aluno com baixo desempenho é deficiente mental, sem sequer buscar conhecer o percurso escolar desse aluno, não prejudica a auto estima do aluno?
Estamos vivenciando situações preocupantes em algumas instituições escolares. Baixíssimo desempenho de muitos alunos, alguns com perfis que por si só já justificam os seus fracassos.
Aluno  que só iniciou a escolarização aos nove anos de idade devido a problemas de saúde;  aluno que era cuidado pelos avós e que por motivo de falecimento de um dos dois, foi devolvido à mãe tendo que adaptar-se a uma nova família; alunos  que sentem  na “carne” a dor do despreso do pai ou da mãe e às vezes dos dois; aluno que é xingado, espraguejado pelo pai que é viciado em algum tipo de droga, etc, etc ...
Às vezes, o único refúgio que alguns alunos têm, é a escola. O acolhimento que ele tem, é aquele que ele recebe do professor.
E quando esse aluno  não é acolhido por esse professor?  Quando ele é totalmente  ignorado  dentro da sala de aula.  Quando ele é exposto à turma por algumas ações praticadas pelo professor(a), mesmo de forma inconsciente?
O acolhimento a que me refiro, não é “colocá-lo  no colo”,  não é ser demagógico para parecer empático. É ser verdadeiro, tolerante. É respeitar a todos os alunos,  apesar das suas limitações. É  procurar ser justo.  É falar claramente o que precisa ser  melhorado, sem condenar àquele que ainda não domina determinados saberes, que nós esperávamos que já dominasse. É pensar também nesse aluno no momento do planejamento da aula, propondo a realização de atividades diversificadas. Diversificadas! Não diferenciadas. É propor  desafios para a turma onde esse aluno também  possa integrar-se e  participar. É demonstrar verdadeiramente através de sua postura frente  à situação, que você está com ele. Que quando o assunto for relacionado ao processo ensino aprendizagem, ele pode contar com você.  E isso podemos fazer  sem nenhum discurso. Somente através de nossas ações.
Ou!.... sou eu quem está errada? 

                                                                                                                Antonia  Lopes
                                                                                                           Pedagoga e Psicopedagoga



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