Uma questão de opinião
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Numa reunião
pedagógica, as diretoras administrativas e diretora pedagógica,
apresentavam os resultados das
avalições, chamando à atenção para os avanços mais significativos e os menos
significativos.
A diretora
administrativa, com todo o vigor da sua autoridade, questionava às professoras
o porquê dos baixos avanços.
A professora da
situação questionada, apresentava a sua justificava a qual gerava outras
discussões ou convencia a todos e seguia-se adiante.
Num dado momento das calorosas discussões,
ventilou-se a idéia de respeitar o nível do aluno no momento da
avaliação, elaborando para ele uma prova
diferente de acordo com a sua capacidade para que ele tivesse condição de
respondê-la.
Uma professora que não
estava diretamente envolvida nesse processo, questionou:
_ E como e quando serão
avaliadas as habilidades propostas para esse aluno no ano escolar em que está
matriculado, de acordo com as diretrizes curriculares?
Antes que
quaisquer professor(a)
se manifestasse, a diretora
titular interpelor de forma muito
convicta, que o mais importante é não
prejudicar a autoestima do aluno. Todos os demais presentes na reunião estavam de acordo.
Eu pergunto a você
leitor preocupado com a educação:
Fazer reenturmação não
prejudica a autoestima do aluno?
Facilitar a prova para
que aluno não tire nota baixa, vá para o 4º ,5º ano sem estar alfabetizado, não
prejudica a autoestima do aluno?
Dizer que um aluno com baixo
desempenho é deficiente mental, sem sequer buscar conhecer o percurso escolar
desse aluno, não prejudica a auto estima do aluno?
Estamos vivenciando
situações preocupantes em algumas instituições escolares. Baixíssimo desempenho
de muitos alunos, alguns com perfis que por si só já justificam os seus
fracassos.
Aluno que só iniciou a escolarização aos nove anos
de idade devido a problemas de saúde; aluno
que era cuidado pelos avós e que por motivo de falecimento de um dos dois, foi
devolvido à mãe tendo que adaptar-se a uma nova família; alunos que sentem
na “carne” a dor do despreso do pai ou da mãe e às vezes dos dois; aluno
que é xingado, espraguejado pelo pai que é viciado em algum tipo de droga, etc,
etc ...
Às vezes, o único
refúgio que alguns alunos têm, é a escola. O acolhimento que ele tem, é aquele que
ele recebe do professor.
E quando esse aluno não é acolhido por esse professor? Quando ele é totalmente ignorado dentro da sala de aula. Quando ele é exposto à turma por algumas
ações praticadas pelo professor(a), mesmo de forma inconsciente?
O acolhimento a que me
refiro, não é “colocá-lo no colo”, não é ser demagógico para parecer empático. É
ser verdadeiro, tolerante. É respeitar a todos os alunos, apesar das suas limitações. É procurar ser justo. É falar claramente o que precisa ser melhorado, sem condenar àquele que ainda não
domina determinados saberes, que nós esperávamos que já dominasse. É pensar
também nesse aluno no momento do planejamento da aula, propondo a realização de
atividades diversificadas. Diversificadas! Não diferenciadas. É propor desafios para a turma onde esse aluno
também possa integrar-se e participar. É demonstrar verdadeiramente através
de sua postura frente à situação, que
você está com ele. Que quando o assunto for relacionado ao processo ensino
aprendizagem, ele pode contar com você.
E isso podemos fazer sem nenhum
discurso. Somente através de nossas ações.
Ou!.... sou eu quem
está errada?
Antonia Lopes
Pedagoga e Psicopedagoga
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